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Na minha rua tão humilde e tão discreta, meu vizinho era poeta e um outro era cantor. Na mesma rua, no outro lado da calçada, tive uma namorada que foi meu primeiro amor. (João Pacífico 1909 – 1998)



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João da paz, João do amor, João namorado...


Em março de 1994, três anos após conhecê-lo, fiz uma música pra ele, Um tal João, que descreve a sua trajetória. Ele gostou tanto que mandou colocar a letra num quadro, com o seu próprio logotipo, e depois me deu de presente.
Mais tarde, o casal Frederico Mongetale (Freddy)e Maria Antonia, os que adotaram o João Pacífico nos seus últimos 18 anos de vida, apresentaram a música no programa Viola, Minha Viola, de Inezita Barroso, que homenageou o João Pacífico com vários artistas cantando suas canções. Posteriormente, Freddy e Maria Antonia gravaram a canção num CD onde só cantam João Pacífico. Abaixo a letra da canção e logo após um vídeo, onde faço a narração da letra com imagens do João Pacífico produzidas em Ribeirão Preto, Altinópolis e Jardinópolis.



Num cafezal que floriu no mês de agosto, o destino mostra o rosto: rebentou ali o João. E o curumim que brincava campo afora, fez da mãe a sua escola – que vontade de estudar...
Num trem de ferro, lava prato na Paulista, e ele num golpe de vista fez um verso pra um doutor. E o tal senhor, um poeta afamado, gostou tanto do recado que o menino apadrinhou.
Canta viola, canta boi, canta boiada... O destino é como a estrada: tem quem fica, tem quem vai...
Em vinte e quatro, num São Paulo ainda pequeno, fez morada o tal moreno e a viola conheceu. Chico Mulato e a Tereza apaixonada na toada ele cantava, como é grande esse Brasil.
Êta saudade de um arroz de carreteiro, na canção já foi mineiro, soluçava o coração. E com a viola fez um cerne de aroeira, um mourão lá da porteira que fincou no meu sertão.
Canta viola, canta boi, canta boiada... O destino é como a estrada: tem quem fica, tem quem vai...
Foi numa seca, que alembrá inté dá mágoa, que compôs o Pingo D’água e fez chover em todo lugar. João da paz, João do amor, João namorado, mil canções é o teu legado, lhe abençoe o Criador.
Canta viola, canta boi, canta boiada... O destino é como a estrada: tem quem fica, tem quem vai
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José Márcio Castro Alves (1994)


mapim53@yahoo.com.br

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